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quarta-feira, 1 de maio de 2013
A grande dificuldade encontrada em classificar e estudar os diversos itens que compõem as preparações cosméticas sob variadas formas de apresentação, nos impulsiona a agrupar as matérias-primas utilizadas e a partir destes grupos, discutirem as diversas possibilidades de composição que estas preparações estão sujeitas.
As matérias-primas são utilizadas nas formulações de acordo com suas propriedades funcionais e físico-químicas. Estas propriedades são derivadas de suas respectivas estruturas químicas. As matérias-primas são classificadas:
Cosmetologia
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Exemplo de uma formulação:
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VEÍCULOS
É o componente que geralmente aparece em maior quantidade na fórmula e que tem a função de receber os outros componentes, isto é, nele são incorporadas estas outras substâncias.
Devem ter grande capacidade de solubilização ou de dispersão, conforme o caso. A escolha do tipo de veículo deve se basear na compatibilidade com os outros componentes e também no tipo de pele a que se destina o produto. Podem ser: água, álcool, mistura hidroalcoólica, óleo, glicerina, loções base, cremes base.

UMECTANTES
São substâncias higroscópicas que tem o objetivo de reduzir a dessecação superficial pelo contato com o ar (das fórmulas) e sobre a pele forma uma película que permanece sobre esta após a aplicação do produto favorecendo a hidratação. Estes reduzem a velocidade da perda da água, porém este efeito pode ser reforçado com adequado nível de vedação dado pelas tampas das embalagens.
Podem ser:
  • Polióis (glicois): álcoois contendo mais de um grupo OH, solúveis em água, possuem toque untuoso (pegajoso). Ex.: propilenoglicol, glicerina, sorbitol
  • Poliglicois: São solúveis e água, seu estado físico depende do grau de etoxilação (PM). Ex.: polietilenoglicol
  • Carboidratos: aldeídos ou cetonas que são ao mesmo tempo polióis. Ex.: Açucares (glicose, frutose), amido, celulose.
  • Derivados do ácido carboxílico: ac. Carb. Reagem com bases e formam Sais Orgânicos com capacidade de hidratação. Ex.: Lactato de Sódio (ac. Lático + NaOH), Glicolato de Sódio.

EMOLIENTE
São responsáveis pelo espalhamento e lubrificação da pele e cabelo, que juntamente com os umectantes serão responsáveis pela hidratação da pele e cabelo. São responsáveis nas formulações por consistência e aparência.
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ESPESSANTES/VISCOSANTES
Substâncias responsáveis por aumentar a viscosidade das formulações. Os espessantes podem ser orgânicos e inorgânicos. Os espessantes orgânicos dividem-se por sua vez em 2 classes:

Agentes orgânicos
(1) De fase oleosa
São espessantes de fase oleosa, que são insolúveis em água e solúveis em óleo. São empregados em cremes, loções e condicionadores. Exemplos: Álcoois graxos; Monoestearato de gliceríla; Ésteres de álcoois e ácidos graxos; Ceras naturais e minerais, óleos e gorduras.
(2) De fase aquosa
Conferem viscosidade à fase aquosa. São normalmente insolúveis na fase oleosa. Exemplos: CMC – carboximetilcelulose; HEC - hidroxietilcelulose – natrosol; Vinílicos: Carbômero, PVP, álcool polivinílico; Polissacarídeos: amido, agar-agar, gomas e alginatos;

Agentes Inorgânicos (eletrólitos)
Cloreto de sódio
Citrato de sódio
Fosfato de sódio ou amônio

TENSOATIVOS
São substâncias que por possuírem em sua estrutura grupos hidrofílicos e lipofílicos tem a capacidade de alterar a tensão superficial ou interficial do sistema, gerando as seguintes propriedades:
  • Detergência: se difere dos demais tensoativos pela habilidade que o grupo polar possui para sujidades de uma superfície.
  • Espuma: nem todos detergentes eficientes fazem espuma.
  • Emulsificação: formação de emulsões.
Os tensoativos apresentam a propriedade de reduzir a tensão superficial da água e de outros líquidos. Podem ser classificados em aniônicos, catiônicos, não iônicos e anfóteros.

HIDRATANTE
São matérias-primas higroscópicas intracelulares, ou seja, substâncias que intervem no processo de reposição do teor de água da pele de maneira ativa. Por isso, diferenciam-se dos umectantes, que são um processo passivo.

ALCALINIZANTES, ACIDIFICANTES E NEUTRALIZANTES
São usados em cosméticos para conferir alcalinidade às soluções, para neutralizar ácidos graxos e obter sabões, umectantes, géis de carbomeros e corrigir pH. Podem ser de origem inorgânica e orgânica. Exemplos: TEA - trietanolamina e NaOH. Os ácidos mais usados em cosméticos são os orgânicos. São usados para obtenção de sabões e umectantes e correção de pH. Exemplos: Ácido cítrico e Ácido fosfórico.

CONSERVANTES
As preparações cosméticas estão sujeitas a contaminação microbiológica, seja ela por bactérias ou fungos. Estes são transmitidos por diversas fontes, tais como: água, insetos, matérias-primas, vidrarias, equipamentos, tanques de armazenagem, embalagens, manipuladores e usuários. Na verdade, quando em pequenas quantidades estas são aceitáveis, porém ao extrapolar os limites pré-determinados já são considerados como contaminação e, portanto devem ser evitadas.
Os conservantes são, portanto, aquelas substâncias que adicionadas aos produtos tem como finalidade preservá-los de danos causados por microorganismos durante a estocagem, ou mesmo de contaminações acidentais produzidas pelos consumidores durante o uso.
Para cada tipo de agente conservante e dependendo da formulação existe uma concentração máxima permitida que deve ser seguida rigorosamente. Os contaminantes se dividem entre bactérias e fungos e algumas características destes estão descritas a seguir:
Bactérias:
  • Encontram-se bastantes difundidas (ar, água e terra)
  • pH ótimo para crescimento de 6 a 8
  • Temperatura ideal: 35-40 °C
  • Utilizam como substrato: proteínas, vitaminas, sais, dentre outros.
  • Principais: Pseudomonas, Enterobacter, Klebsiella, Staphylococcus
  • Fungos (bolores e leveduras):
  • Utilizam como substrato: sais minerais, celulose, ácidos orgânicos, amido, açúcares,...
  • pH varia com a espécie

A presença de água e de vários componentes orgânicos nas formulações é que favorecem a proliferação dos microorganismos. Quando a contaminação acontece, alguns fatores que envolvem produto, produtor e consumidor devem ser considerados:
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Os agentes conservantes são substâncias que incorporadas aos produtos cosméticos e de higiene, têm por finalidade, evitar a proliferação microbiana nos mesmos, assegurando sua estabilidade e a segurança dos consumidores.
Estes devem ter como características:

  • Boa solubilidade em água;
  • Boa estabilidade;
  • Ser inodoro e incolor;
  • Ser economicamente viável;
  • Ser atóxico;
  • Ser efetivo a baixas concentrações;
  • Ter amplo espectro de ação;
  • Ser estável e efetivo em extensa faixa de pH.;
  • Não afetar as características físicas do produto (cor, odor, sabor);
  • Ter adequado coeficiente de partição;
  • Inativar rapidamente os contaminantes;
  • Ser compatível.

O mecanismo de ação dos conservantes pode ser por alteração da permeabilidade da membrana citoplasmática, inibição de sistemas enzimáticos essenciais, destruição da estrutura protéica da parede celular ou oxidação dos componentes celulares.
Os conservantes não podem ser empregados como substitutos das Boas Práticas de Fabricação.
A seleção do agente conservante ideal deve ser baseada nos critérios abaixo:
  • Conhecer os componentes da fórmula e avalia a compatibilidade;
  • Conhecer os fatores que influenciam a concentração efetiva do conservante (pH, qualidade da água);
  • Aspectos legais;
  • Sua eficácia.
Os agentes conservantes podem ser utilizados individualmente ou principalmente em associações, o que assegura maior espectro de atividade, sinergismo e cada um poderão estar em menor quantidade gerando possivelmente menos efeitos tóxicos.

SEQÜESTRANTES – QUELANTES
Substâncias que inibem ou bloqueiam o processo de oxidação dos componentes orgânicos (óleos vegetais, gorduras vegetais ou animais, óleos essenciais e vitaminas).
Estes processos de oxidação podem se manifestar principalmente por modificações do odor e da cor podendo até provocar irritações no tecido cutâneo.
Os componentes mais propensos a sofrerem oxidação são as fragrâncias, os corantes, alguns ativos e os óleos (emolientes).

FRAGRÂNCIAS
a) Substâncias que geram odores agradáveis aos produtos;
b) Sua escolha deve ser baseada em um consenso entre os corantes, a finalidade e o tipo do produto. Deve estar harmonizada com atributos do produto e expectativas do consumidor;
c) A constituição de uma fragrância é identificada através das notas (odor): notas de cabeça ou saída, notas de corpo, notas de fundo. A fragrância é uma sucessão de impressões olfativas e não um conjunto homogêneo de todas elas;
d) Cada tipo de fragrância é uma mistura de diferentes funções químicas e estas matérias primas podem ser de origem natural (animal ou vegetal) e sintética.
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CORANTES
Substância responsável por conferir cor a um produto. De acordo com sua solubilidade podem ser nomeados de corantes ou pigmentos.
a. Corantes: substâncias que desenvolvem seu poder de colorir quando são dissolvidas no meio em que são utilizadas.
b. Pigmentos: substâncias que desenvolvem seu poder de colorir quando são dispersas no meio em que são utilizadas.
Estes produtos são classificados segundo 2 modos, um europeu (Colour Index) e um norte americano (D&C, FD&C, External D&C). Para a escolha do colorante deve ser consultada a lista da ANVISA que os classifica através do Colour Index, indica quais são permitidos em diversas situações e suas limitações.

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